seta
João CALDEIRA MARQUES ®
(1873-1934)
Libânia NEVES ®
(1902-)
António Pedro TEIXEIRA ®
Guilhermina de Melo NOBRE ®
(1870-1965)
José Neves CALDEIRA MARQUES ®
(1903-1980)
Maria Virgínia de Melo Nobre TEIXEIRA ®
(1906-)

António Manuel CALDEIRA MARQUES ®
(1935-2023)

 

Relações da família

António Manuel CALDEIRA MARQUES ®

  • Nascimento: 20 Jan 1935, Ponta do Sol, Santo Antão, Cabo Verde
  • Óbito: 1 Abr 2023, Mindelo, São Vicente, Cabo Verde com 88 anos de idade
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Símbolo  Eventos de relevo na sua vida:



• Associação ou club: sócio nº 195 da Casa dos Estudantes do Império, admitido, 7 Nov 1957, Coimbra, , Coimbra, Portugal. 1 Entre outros dados patentes na ficha, constam:

ESTADO CIVIL: Solteiro

PROFISSÃO: Estudante de Direito



• Foto em grupo, 1960, Praia, Santiago, Cabo Verde. No âmbito das Comemorações do V Centenário do Achamento das Ilhas de Cabo Verde, esteve em visita a Cabo Verde um grupo de estudantes de Coimbra. Estes apresentaram no cine-teatro da Praia a peça "A Barca".

Nesta fotografia, tirada no cais da Praia, além dos estudantes visitantes (os vestidos de preto, no centro da fotografia) podemos discernir alguns residentes que estudaram em Coimbra.

António Caldeira Marques, veio na comitiva coimbrã e é o que em 1º plano está ajoelhado, o mais à nossa esquerda.



• Categoria / função laboral: Adjunto da Polícia Judiciária Militar, 22 Jan 1975. (cf. ao lado, um extrato do B.O. nº4 de 25.1.1975).



• Foto cerimónia/evento: acto de posse da Comissão Instaladora do Instituto Patrocinio e Assistencia Judiciários, 1978. .
Arnaldo Barreto Monteiro, José de Oliveira Bento, Carlos Wahnon Veiga, David Hopffer Almada, António Caldeira Marques, Eduardo Rodrigues e Juiz Dionizio

• Atividade artística: autor da morna "Ponta do Sol". .
Da minha terra Ponta do Sol
Guardo comigo saudade imensa
Por isso eu a quero cantar baixinho
Com melodia que o amor entoa

Ponta do Sol meu terno berço
Sinto que as tuas rochas altivas
Gritam nos ares no céu de anil
Lugar mais lindo não pode haver

Na Rocha Grande sobre o luar
Visão tão bela jamais terei
Enquanto as ondas beijam rochedos
A Vila dorme e o mar murmura

Paisagem simples, franca e amiga
Numa ribeira num milheiral
A sua gente um povo humilde
Afoga as magoas no mar bravio

• Obituário / Anúncio necrológico / Missa de defunto: Mindelinsite, 2 Abr 2023. "Morreu na noite de ontem [1.4.2023], no Hospital Batista de Sousa em São Vicente, aos 87 anos, António Caldeira Marques, vítima de doença. Considerado um grande democrata, Caldeira Marques era denominado também o advogado sem medo devido a sua luta contra a reforma agraria em Cabo Verde. É autor da morna "Ponta do Sol."

Ao Mindelinsite, a filha, Eva Caldeira Marques explicou que nos últimos tempos o Caldeira Marques vinha apresentando alguma debilidade, mas ainda agradava-lhe seus passeios diários na cadeira de roda. Há três dias foi diagnosticado com pneumonia, que o levou a morte. "Era uma pessoa dinâmica, que diariamente fazia questão de dar o seu passeio na Praça Nova."

Nas redes sociais, amigos e familiares lamentam a perda deste homem, que apelidam de um grande democrata, advogado e homem sem medo. É o caso de Carlos Spínola, que cita uma mantra de Caldeira Marques: "Não temos medo da justiça, mas sim da injustiça", que foi transformado em um livrete onde documenta os excessos da actuação e julgamento dos então presos da reforma agrária.

Já o amigo Dinis da Graça lembra que Caldeira Marques já tinha tido um importante papel na libertação dos presos políticos de 1966/67, muitos deles gentes da elite de São Vicente e da Praia, o que lhe pôs em guerra aberta com o regime de então. "Seu último livro intitulado ' Os basofos', documenta todo o historial da sua contribuição para o sistema judicial cabo-verdiano e os embates com muitas das figuras que hoje são os campeões da abertura política e da democracia em Cabo Verde", reforça.

Eva Marques acredita que esta admiração e reconhecimento dos amigos deve-se ao facto do pai ter sido juiz do Supremo Tribunal da Justiça. "Por altura da reforma agrária, foi contra o encarceramento das pessoas em Santo Antão, pediu demissão e saiu do país. Viveu durante muitos anos em Portugal, onde trabalhou a questão dos direitos humanos, denunciando a reforma agraria. Esteve inclusive na sede das Nações Unidas para formalizar a queixa. E nunca deixou transparecer qualquer receio", conta.

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Antes de emigrar, assumiu a defesa dos revoltosos do tempo do partido único. Também em Portugal, exerceu a profissão de advogado, tendo defendido muitos cabo-verdianos. Para além disso, é autor da conhecida morna Ponta do Sol, uma homenagem ao eterno berço onde nasceu a 20 de janeiro de 1935.

António Caldeira Marques deixa dois filhos e três netos. Á família enlutada, amigos e conhecidos, o Mindelinsite endereça as mais sentidas condolências.


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Fontes


1 UCCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (Lisboa, Portugal), página 669 do registo de fichas abrangendo o ano de admissão; Tabela 3; Transcrição exata dos ficheiros existentes na Torre do Tombo

Tabela 3 - Coimbra, com 883 fichas de associados (incluindo 141 demitidos); A documentação que a seguir se publica consiste no levantamento dos ficheiros de associados da Casa de Estudantes do Império (CEI) que se encontram à guarda da Torre do Tombo; A CEI instituída a 3 de Julho de 1944, teve a sua sede em Lisboa, e delegações em Coimbrai e no Porto. A razão de ser de esta documentação se encontrar na Torre do Tombo tem a ver com o facto de a sede da Casa dos Estudantes do Império e a sua delegação de Coimbra terem sido encerradas, com a invasão das suas instalações pela PIDE em setembro de 1965. Os respetivos arquivos foram apreendidos pela polícia política e armazenados em Caxias.

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