Manuel Gomes FERNANDES
Tereza Joaquina MONTEIRO ®
(1878-1963)

Jorge Fernandes MONTEIRO ®
(1913-1998)

 

Relações da família

Cônjuges/Filhos:
1. Rosa Maria Sousa SANTOS ®

Jorge Fernandes MONTEIRO ® 1

  • Nascimento: 1 Out 1913, A bordo de um navio 1
  • Casamento (1): Rosa Maria Sousa SANTOS ®
  • Óbito: 21 Nov 1998, Mindelo, São Vicente, Cabo Verde com 85 anos de idade
  • Sepult.: Nov 1998, Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

Símbolo   Jorge também usou o nome Jorge Cornetim.

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Símbolo  Notas sobre o nascimento:

Jotamont não nasceu no Mindelo mas sim a bordo de um navio à chegada dos EUA e aí permaneceu até aos 12 anos de idade quando foi viver para S. Vicente

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Símbolo  Eventos de relevo na sua vida:

• Altura: 1,70m, 1937. 1



• Assinatura / Rubrica: em documento assinado em 1937.

• Categoria / função laboral: em 1937 era ajudante de paróquia missionário, in São Nicolau, Cabo Verde. 1

• Trabalhou como Professor de música em Mindelo, São Vicente, Cabo Verde. Grande homem da música cabo-verdiana. Compositor de várias célebres e conhecidas mornas.

• Encontrava-se solteiro em 1937 1



• Foto jovem: 1937.

• Jorge tinha em 1937 a seguite descrição: 1 Altura: 1,70m
Olhos: azuis



• Foi empregado como professor do Liceu Adriano Moreira em 1963 na Praia, Santiago, Cabo Verde. (Portaria, de 22/10/1963. B.O. 51, de 21/12/1963, p. 952);



• Foi empregado como professor do Liceu Adriano Moreira em 1964 na Praia, Santiago, Cabo Verde. Regente da Banda Municipal da Praia.
Professor de Canto Coral (Portaria, de 26/2/1964. B.O. 11, de 14/3/1964, p. 199);



• Associação ou club: um dos fundadores do Club de Golfe da Praia, em 1965, na Praia, Santiago, Cabo Verde. Da esq.- dta. da foto: o 5º dos de pé



• Foto em grupo: Docentes do Liceu Adriano Moreira, em 1966, na Praia, Santiago, Cabo Verde.
À frente e de braços cruzados · Gilda Barbosa
Da nossa esquerda para a direita: · Mário Santos (História); · Imelda Godinho (FQ); · Helena Fogaça (Matemática); · José Rui Figueiredo Vasco (Geografia) ; · ?;· Maria do Rosário de Mesquita Santos (Inglês e Francês); · Maria Luísa Ferro Ribeiro (Geografia) ; · Gabriela Mariano Figueiredo (Francês) ; · Maria da Luz Martins (Português) ;· Hélida Cairós Espinosa (Matemática e FQ); · Maria Manuela Medina Chantre (Inglês) ; · Jorge Monteiro (Canto coral) ; · João Monteiro (vulgo "Sapinho" - Língua portuguesa); · Baltazar de Sá (Ciências naturais); · António da Rocha (Francês, Grego)



• Atividade lúdica: Maestro da banda municipal, a 20 Nov 1969, em Mindelo, São Vicente, Cabo Verde. Nota publicada em 20-11-1969, no nº 380 do semanário capitalino "O Arquipélago". (cf recorte ao lado)



• Descendência. "Jotamont foi casado com Rosa Maria de quem se divorciou nos anos 50, depois disso casou-se por mais 2 vezes". Jotamont teve "mais de vinte filhos reconhecidos".

Declarações do filho Armando Jorge Lopes Monteiro, vulgo "Armandinho de Jorge Cornetim" (foto aqui ao lado)



• Homenagem/Louvor/Reconhecimento: selo comemorativo, a 24 Fev 2003, em Cabo Verde. CV002.03

Full Resolution Version
Country / Post Cape Verde
Date of Issue 24 February 2003
Primary theme Music & Dance
Subject Poets & Cape Verdean Composers - Jorge Monteiro
Width 40.0 mm
Height 27.0 mm
Denomination 20.00 CVE
Number in set 6 (show set)
Layout/Format sheet of 50
Perforations 12 by 12
Stamp issuing authority Correios De Cabo-Verde, Sarl
Printer Impressa Nacional Casa da Moeda Portugal

• Artigo na Imprensa / Notícia: a 28 Nov 2005,. 1 De Outubro de 1913, nascia um dos mais dotados músicos destas ilhas - Jorge Fernandes Monteiro. Criança traquinas e jovem simples, ele terá herdado o gosto pela música da mãe, Nha Terezinha, mulher do povo que, dizem os mindelenses que a conheceram, gostava muito de cantar. Mas é o encontro com o professor Reis, vindo de Portugal, nos finais da década de 20 que lhe abre as portas do mundo da música.

Estudante do segundo ano do liceu Gil Eanes, Jorge Monteiro torna-se também num pupilo dedicado do Senhor Reis, empenha-se tanto na aprendizagem da música que as suas idas à escola formal tornam-se cada vez mais escassas. Daí perder o ano por faltas. Mas, em compensação, aprende tão bem a arte de tocar diferentes instrumentos e é o legítimo sucessor do professor Reis quando este parte para Lisboa e lhe deixa a pesada responsabilidade de ensinar música aos seus conterrâneos. E é isso que faz professor de música e canto, durante mais de 60 anos, nos liceus de S. Vicente e Praia.

Ao que tudo indica, o primeiro posto de Jorge Cornetim foi São Nicolau. "Ele contou-me que foi para lá como sacristão mas tinha um contrato de músico com a Igreja Católica, também era professor nas escolas da Ribeira Brava", conta Manuel Santos, saxofonista da banda municipal de São Vicente (fundada por Jotamont) e um dos muitos músicos cabo-verdianos que passaram pelo crivo de Jorge Cornetim. "Conheci o Jotamont em 1983. Eu ia ouvir música na Praça Nova e foi ali que tive o meu primeiro contacto com ele. Era um grande maestro, o maior de todos os tempos", declara Manuel Santos, que depois viria também a estudar piano com o maestro.

E lembra um professor sensível, paciente e amigo dos seus discípulos. Manuel Santos recorda ainda mesmo o método de Jotamont. "Da primeira vez, ele próprio interpretava a música. Depois, deixava-me tentar sozinho. Não ficava em cima do aluno a pressioná-lo. Dizia: se tiveres algum problema chama-me. Entretanto, ele ficava num anexo contíguo a escutar. Outras vezes, Jotamont pegava no violino e acompanhava o meu piano, pois ele era também um grande violinista".

Aliás, como conta Moacyr Rodrigues, que prefaciou um dos seus livros de música, Jorge Monteiro era também um exímio tocador de clarim, uma espécie de trombeta de som claro e estridente que é normalmente usada na cavalaria. "Quando ele tocava a marcha dos Sokols, de que fazia parte nos anos 30 do século 20, as pessoas saíam para a rua para ouvi-lo porque tinha resistência e fôlego grandes e por isso tocava sem falha", diz Moacyr Rodrigues. É dessa época que vem a alcunha Cornetim.

A versatilidade de Jotamont, que também fundou a banda municipal da Praia, também chegava à orquestração. Manuel "Nena" Nascimento, amigo de infância de Jorge Monteiro testemunha que quando o músico foi ao Brasil, "um dia, ao passar numa esquina onde havia uma casa de ensaios estava lá um maestro mais o seu grupo a ensaiar uma música. Estavam atrapalhados com a partitura e o Jorge Monteiro ofereceu-se para ajudar. Assim, ele pegou na batuta e após algum tempo de ensaio as coisas melhoraram substancialmente".

Facto que é confirmado por Manuel Santos: "Li a carta que lhe enviaram do Brasil, elogiando-o pela facilidade de arranjo e orquestração que ele demonstrou durante o tempo em que esteve no Brasil". Louvores colhidos do show de talento que Jorge Monteiro deu durante o período em que dirigiu quatro bandas, na cidade de Belo-Horizonte, estado de Minas Gerais.

Com a mesma facilidade, concordam todos os que conheciam Jorge Cornetim, ele musicava um poema. "Escrevi um livrinho sobre o Amarante, meu clube, e pedi-lhe que me escrevesse o hino do clube. E ele diz: "É pra já". Então, pegou na letra e na batuta e poucos minutos depois, o hino já estava pronto nas minhas mãos", conta o Nena. Essa familiaridade com as notas musicais levou Jotamont a escrever em pauta musical as mornas de Eugénio Tavares e algumas composições de B. Léza, Jorge Barbosa, Lela d'Maninha, Sérgio Frusoni, entre outros.

Ao domínio da música, Jorge Monteiro aliava uma fina veia poética. "Ele pertence a uma geração de bons compositores tradicionalistas, ou seja, o tipo de compositor que cuida não só da qualidade da música mas também do verso", afirma Moacyr Rodrigues, para quem "o que distingue Jotamont dos outros grandes compositores, nomeadamente do B. Leza, é a sua sensibilidade, a maneira fina como ele trata a música. O B. Leza é mais eufórico nas suas composições enquanto que o Jotamont tem um texto mais intimista, quase que segreda".

Assim, para a história ficaram "Nha terra bô ca tá imaginá", "Fidjo Magoado", "São-cente", "Êsse ê quê Mindelo nôs querido cantim", "Dez grãozinhos de terra", "Lolinha", "Nôs Mãe", dentre outras extraordinárias composições. Nestes belos poemas, afirma Eloisa Monteiro, uma das suas filhas, Jotamont "traduziu todo o seu elevado sentimento de cabo-verdianidade, sempre envolvido pelos sentimentos de amor à terra e às suas gentes e de saudade do cretcheu distante".

Como exemplo desse amor a Cabo Verde, Moacyr Rodrigues conta que uma vez fizeles estavam uma despedida ao Jotamont, no Eden Park, porque ele sentia-se magoado e decidiu que ia para o estrangeiro. "Eu disse aos meus colegas: "o Jorge vai e volta porque há muito pouca gente que gosta de S. Vicente como ele". E, de facto, ele voltou", recorda Rodrigues. Por isso, declara Eloisa Monteiro, Cabo Verde e, em particular, São Vicente não podem ignorar Jorge Monteiro.

O amigo Nena é entretanto categórico ao afirmar que "muita gente não dava ao Jorge Monteiro o verdadeiro valor que ele tinha, talvez porque era uma pessoa simples que não ligava muito às coisas a que outras pessoas dão importância". A prova disso, diz Manuel Nascimento, é que os livros dele, inclusive um de mornas para piano (com composições da sua autoria) há muito que se esgotaram no mercado e até hoje não foram reeditados. As filhas de Jorge Monteiro vêm lutando desde a morte do pai, aos 85 anos, para a concretização desta ideia. Porém, as conhecidas dificuldades do mercado editorial cabo-verdiano têm aprisionado este projecto no mundo dos sonhos.

Moacyr Rodrigues confirma que "Jotamont esperava ser mais reconhecido". É verdade que Jotamont tinha os seus rompantes, mas os artistas são assim irreverentes e devem ser tomados como são, não como gostaríamos que fossem".

E a verdade é que a devida homenagem a Jotamont, que no prefácio de um dos seus livros escreveu que "Morte é Ladron", só aconteceu agora, com a sua condecoração póstuma pelo Governo de Cabo Verde, no âmbito das comemorações do 30º aniversário da independência nacional. E agora a academia de música de São Vicente leva o nome deste grande músico de Cabo Verde, Jorge Fernandes Monteiro. Ou Jorge Monteiro. Ou Jotamont... Porque a grandeza é igual e congrega um homem só. Um músico sem igual.



• Foi sepultado no Cemitério Municipal do Mindelo em Mindelo, São Vicente, Cabo Verde.



• Sepultura/Campa.


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Jorge casou com Rosa Maria Sousa SANTOS ®, filha de Francisco dos Reis SOUSA Júnior ® e Rosa Lopes dos SANTOS ®. O casamento acabou em divórcio. (Rosa Maria Sousa SANTOS ® nasceu a 15 Dez 1916 em Ribeira Brava, São Nicolau, Cabo Verde,2 faleceu em 2004 em Mindelo, São Vicente, Cabo Verde e foi sepultada em 2004 em Mindelo, São Vicente, Cabo Verde.)


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Fontes


1 "Divulgados por FamilySearch," Número do Filme: 007031416; registo nº 83, imagens 8 e 9; Arquivo Nacional de Cabo Verde, Praia. Data cit.: 21 Mai 1937; clique aqui

"Cabo Verde, Bilhetes de identidade, São Nicolau, RPSAC-Cx 408, peça 10, 1931-1940.Arquivo Nacional de Cabo Verde (Cape Verde National Archives), Praia.

2 "Divulgados por FamilySearch," Número do Filme: 007031380; registo 2496; imagens 102 e 103; Arquivo Nacional de Cabo Verde, Praia. Data cit.: 11 Jan 1955; clique aqui

"Cabo Verde,Bilhetes de identidade, Praia, ACP-Lv 358, 1954-1956. Arquivo Nacional de Cabo Verde (Cape Verde National Archives), Praia.

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