Augusto Divo de MACEDO ®
- Nascimento: 5 Set 1934, Praia, Santiago, Cabo Verde
- Óbito: 3 Jan 2008, Cabo Verde com 73 anos de idade
Augusto também usou o nome Divo.
Eventos de relevo na sua vida:
• O que se conta desta pessoa: texto de Emanuel C d´Oliveira. Divo Augusto Macedo (1934-2008)
Conhecido simplesmente por Divo ou Divo Macedo, nascido a 5 de Setembro de 1934 na Praia segundo o passaporte, mas considerado de Tarrafal de Santiago, filho de João Monteiro de Macedo (conhecido comerciante do Tarrafal de alcunha - Zebedeu) de baixa estatura, faleceu aos 73 anos a 3 de Janeiro de 2008 na vila de Mangue em Tarrafal.
A vida de Divo é uma autêntica odisseia, repleta de peripécias, aventuras, perigos, política, espionagem, conspirações, experiências e viagens. A história da sua vida é digna de um romance, não sendo possível, portanto, retratá-la em poucas linhas, daí a apresentação apenas do essencial.
Foi mais conhecido como mergulhador, tendo sido um dos pioneiros da pesca submarina em Cabo Verde a par de colegas de S. Vicente. Era o mais destemido de todos.
Viveu muito tempo na emigração. Começou pelo Senegal, depois passou por França, Angola e Libéria. Esteve igualmente em S Tomé e possivelmente outros países africanos. Um golpe de estado sangrento em 1980 depôs o presidente William Tolbert com quem mantinha uma relação de amizade. O seu regresso definitivo a Cabo Verde deu-se em 1989/90 com o inicio da guerra civil naquele país.
Divo foi membro da tripulação de Calypso, barco oceanográfico liderado por Jacques Y Cousteau. Nessa condição participou em várias experiências de mergulho que o conhecido comandante realizava na época.
Itinerante até estabelecer-se em Monróvia onde montou um serviço de mergulho no movimentado porto daquela cidade e constituir família de várias esposas e muitos filhos. Aparentemente a vida corria-lhe bem na Libéria até quando a guerra civil começou.
Em Julho de 1975, o amigo e presidente, William Tolbert, disponibilizou o seu avião para trazer Divo à Praia para assistir às cerimónias e festejos da independência nacional. Como anteriormente tinha sido conotado com um grupo que pretendia intentar contra a vida ou a liberdade de Amílcar Cabral, acabou sendo preso e enviado para Dakar.
O regresso definitivo a Cabo Verde não correu muito bem. Sem meios de subsistência nem alojamento, com filhos e duas mulheres para cuidar, passou por momentos de grandes dificuldades. Passou a viver precariamente numa dependência da casa que era de Zebedeu em Tarrafal, cedida pela viúva, bem mais nova que o próprio Divo.
Com o avançar da idade, sem poder trabalhar convenientemente, com os filhos fazia alguns arranjos de electrodomésticos, mecânica de auto, reparação de armas de fogo, etc. As complicações com as esposas, praticamente com a metade da idade do Divo, falta de certos cuidados básicos, preocupações familiares várias aceleraram-lhe a degradação da saúde até falecer muito pobre rodeado de quatro filhos varões.
Emanuel C D'Oliveira
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