Luís Tavares de MELO ®

  Eventos de relevo na sua vida:

• Nota biográfica:,. Luís de Melo, caricaturista e autor do célebre quadro, naive e picassiano, que se encontra no Cachito e que constitui uma amostra significativa de uma certa tentativa em relevar a situação colonial vigente em Cabo Verde, ainda que de uma forma aparentemente passiva, através da historiografia do café e da sua metamorfose, desde a sua apanha pelos ilhéus, escravizados, até ao seu consumo pela elite citadina, pequeno burguesa-branca. De se destacar também a craveira arquitectónica deste artista, de resto, facilmente constatável pelos semblantes do Palácio da Justiça e do Liceu do Platô, que, segundo dizem, foram por ele traçados.

• Trabalhou como desenhador em 1959. Eis ao lado uma se suas caricaturas: Vereação da Câmara Municipal da Praia aquando do 1º centenário da cidade (29.4.1959)

• Atividade artística: no Liceu Adriano Moreira, foi, em Abr 1972, na Praia, Santiago, Cabo Verde. O autor dos cenários da peça "o Mar" de Miguel Torga, ensaiada pelo professor Mário Santos e estreada a 4 de abril 1972, enquadrada na Festas dos Finalistas de 1971/1972 deste liceu.
Ver o recorte ao lado extraído de uma nota publicada no nº 505 do semanário capitalino "O Arquipélago" em 13-04-1972

• Categoria / função laboral: desenhador, a 23 Jul 1975. NB: nomeação logo após a independência, no então novel Ministério de Obras Públicas

• Obra / Publicação:,. Entre 1955 e 1956, o Palácio da Justiça da cidade da Praia, desenhado por Luís Tavares de Melo sob a alçada da Repartição Provincial dos Serviços de Obras Públicas e Transportes da Província de Cabo Verde, é sujeito a um projeto de melhoramentos no âmbito do GUU, ainda que sem consequências no edifício já construído. As realizações estratégicas no domínio da operação pública são assegurados numa primeira fase pela administração local da província de Cabo Verde. São o caso da adaptação de edifícios preexistentes a novos equipamentos, que oferecem um potencial histórico de "representação" mais forte e ainda mais evidente nos casos de edifícios administrativos.

O Palácio da Justiça integra, juntamente com o edifício da Câmara Municipal, a fachada urbana que conforma a praça Alexandre Albuquerque, adjacente à Igreja da Nossa Sª da Graça. O pórtico que acompanha a altura total do edifício acentua o seu carácter monumental, enfatizado pela verticalidade dos pilares que definem a composição da fachada principal. As várias dependências desenvolvem-se em torno de um pátio, com acesso direto para a rua traseira, permitindo a entrada de veículos. A sala de audiências ocupa a zona central do bloco, a qual corresponde, no piso superior, um amplo terraço aberto ao pátio.

A tradição de desenho que a repartição cabo-verdiana de Obras Públicas mantém ao longo de toda a década de 1950 é claramente inspirada naartdéco. Esta expressão acaba por se modificar gradualmente, resultado da influência dos arquitetos metropolitanos junto dos técnicos locais radicados na Praia, exercida através dos projetos que são enviados para Cabo Verde.

Reabilitado em 2006, o edifício atual não difere muito do projeto realizado inicialmente.

Ana Vaz Milheiro

Os Gabinetes Coloniais de Urbanização: Cultura e Prática Arquitectónica.
(PTDC/AUR-AQI/104964/2008)

Fotografias
Bibliografia

• Foto 3ª idade:

• Homenagem/Louvor/Reconhecimento: nome de rua.

Luís teve filhos com Maria dos Anjos Aguiar Monteiro BARRETO ®, filha de Anastácio Monteiro BARRETO ® e Amália Nunes de AGUIAR. (Maria dos Anjos Aguiar Monteiro BARRETO ® nasceu a 1 Ago 1916 em São Nicolau Tolentino, São Domingos, Cabo Verde, faleceu a 20 Dez 1985 na Praia, Santiago, Cabo Verde e foi sepultada a 21 Dez 1985 na Praia, Santiago, Cabo Verde.)

Luís a seguir casou com Maria Amélia ARAÚJO ®, filha de Desconhecido e Amélia ARAÚJO. (Maria Amélia ARAÚJO ® nasceu a 27 Nov 1924 em N. Senhora da Conceição, São Filipe, Fogo, Cabo Verde e faleceu cerca de 2006 na Praia, Santiago, Cabo Verde.)