Corsino António FORTES ®
(1933-2015)

 

Relações da família

Cônjuges/Filhos:
1. Maria Madalena Spencer RODRIGUES ®

Corsino António FORTES ®

  • Nascimento: 14 Fev 1933, Mindelo, (Nossa Srª da Luz) São Vicente, Cabo Verde
  • Casamento (1): Maria Madalena Spencer RODRIGUES ®
  • Óbito: 24 Jul 2015, Mindelo, (Nossa Srª da Luz) São Vicente, Cabo Verde com 82 anos de idade
  • Sepult.: Jul 2015, Mindelo, (Nossa Srª da Luz) São Vicente, Cabo Verde
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Símbolo  Eventos de relevo na sua vida:



• Nota biográfica:,. Licenciado em direito pela Universidade de Lisboa (1966), o autor do célebre livro de poesia "Pão e Fonema" perdeu bem cedo os pais e, aos 12 anos, teve de suspender os estudos, passando a trabalhar na Companhia Ferro como aprendiz, ajudante de ferreiro e ajustador de máquinas.

Retornou ao liceu somente aos 20 anos, onde encontrou colegas como João Varela, com quem travou diálogos sobre suas "primeiras pedras de projecto literário", segundo entrevista que Corsino Fortes concedera ao historiador Michel Laban, em 1992.

Entre 1957 e 1960, a aproximação com Abílio Duarte, um dos fundadores do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e que retornava da Guiné-Bissau para mobilizar e conscientizar a juventude cabo-verdiana para a luta de libertação nacional, também o influenciaria decisivamente.

É nesse período que alguns de seus poemas são publicados no Boletim dos Alunos do Liceu Gil Eanes, no "Cabo Verde: boletim de propaganda e informação" e na revistaClaridade, o número9, o último deste periódico.

Em 1961, foi para Lisboa cursar Direito, e a passagem pela Casa dos Estudantes do Império contribuiu para seu amadurecimento político, principalmente em função da efervescência dos debates travados sobre a realidade das então colônias portuguesas e das produções literárias que apontavam para uma ordem diferente.

Concluiu a faculdade, em 1966, e, desde então, passou a exercer inúmeros cargos jurídicos, políticos e diplomáticos: em Angola, delegado do Ministério Público e juiz de Direito, até pedir exoneração em Abril de 1975; representante do PAIGC, também em Angola, entre os anos de 1974 e 1975; director-geral dos Assuntos Judiciários da República da Guiné-Bissau; emissário especial da República de Cabo Verde junto aos governos de Angola e de São Tomé e Príncipe.

De 1975 a 1981, Corsino Fortes foi embaixador de Cabo Verde junto à República Portuguesa, em 1981, de volta a Cabo Verde, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro; em 1983, secretário de Estado da Comunicação Social; entre 1986 e 1989, embaixador de Cabo Verde junto à República Popular de Angola e aos governos de São Tomé e Príncipe, Zâmbia, Moçambique e Zimbábue; de 1989 a 1991, ministro da Justiça pelo governo de Cabo Verde; consultor diplomático, em 1992, do I programa PALOP.

Também foi presidente da Fundação Amílcar Cabral e presidente da Associação de Escritores Cabo-verdianos, entre outras actividades.

Recebeu, entre outras distinções, a Ordem do Vulcão, com que foi condecorado pelo governo de Cabo Verde.

Considerado, na qualidade de escritor, como um dos grandes nomes da literatura de Cabo Verde, Corsino Fortes é tido com o poeta que inaugurou "uma poética de reescrita da identidade cultural cabo-verdiana" através de um trabalho com o aparato estético do poema.

O projeto literário de Corsino Fortes é consolidado na reunião dos seus três livros de poesia na obra intitulada "A cabeça calva de Deus"(2001): os dois primeiros livros, "Pão & fonema"(1974) e "Árvore & Tambor"(1986), somam-se ao terceiro, "Pedras de sol & substância", publicado com a obra poética.

Cada livro apresenta uma estrutura particular, e os três compõem uma estrutura conjunta e dialógica e, numa das entrevistas concedidas pelo autor, quando do lançamento de "A cabeça calva de Deus", assim caracterizou, em linhas gerais, a trilogia:

"Acaba por ser todo o projeto de independência do povo de Cabo Verde, em que Pão & Fonema representa, de facto, os símbolos daquilo que é fome, daquilo que é a realidade de Cabo Verde durante séculos, e, por outro lado, a exigência pela palavra, liberdade e cultura. EmÁrvore & tamborjá há a materialização do "pão", no sentido dos instrumentos de produção do país e toda a comunicabilidade do arquipélago com África e o mundo.Pedras de sol & substânciaé a substancialização solar desta realidade. Há uma materialização de aspectos, não só de ordem literária, mas também de ordem pictórica e musical. É tudo aquilo que pode significar a identidade deste espaço, e dos que o habitam, dentro e fora do arquipélago." (Revista África Hoje, n. 159, Nov.2001).

A sua última obra literária "Sinos de Silêncio" foi apresentada no dia 21, na cidade do Mindelo.

O poeta e diplomata Corsino Fortes foi o primeiro presidente da Academia Cabo-Verdiana de Letras (ACL), entidade que dinamiza o panorama literário em Cabo Verde e homenageia "os imortais" da arte da palavra no arquipélago.

Agências Inforpress



• Foi empregado como professor do Liceu Adriano Moreira em 1960 na Cidade da Praia, Santiago, Cabo Verde. Contrato, de 3/11/1960. B.O. 13, de 3/11/1961



• Atividade literária: foi colaborador no nº9 da Revista CLARIDADE, em Dez 1960, em Mindelo, (Nossa Srª da Luz) São Vicente, Cabo Verde.
NB-1: Apresentamos em seguida a capa e o índice do N.º 9 (último nº da revista) gentilmente divulgados por Joaquim Saial no seu site "Praia de Bote". Com a devida vénia, eis a seguir, um extrato do publicado por Saial (AQUI). Poderá consultar no "Praia de Bote" as capas e os índices dos 9 números da revista Claridade (1936-1960), que segundo Saial: "Fica assim aberto ao público o presente acervo, facilitador para quem estuda estes assuntos e que, ao que supomos, não existe noutro local da internet"
NB-2: todos cujos nomes comportam um link, têm uma página genealógica nesta árvore, acedida por esse link.

Propriedade do Grupo "Claridade"; Director: João Lopes; Editor: Joaquim Tolentino (com a habilitação legal) - Administração em S. Vicente de Cabo Verde; Composto e Impresso na Sociedade de Tipografia e Publicidade, Lda. - S. Vicente, Rua Brites de Almeida, n.º 12 [sem indicação de preço, agora com 84 páginas, o maior número de sempre]
Textos e colaborações:
- Capa: Carregadeiras, linóleo, de Abílio Duarte [Neste derradeiro número de "Claridade", pela primeira vez surgem ilustrações: esta e uma outra, de Rogério Leitão, na página 70]
- Páginas 2 a 5: História do Tempo Antigo, de António Aurélio Gonçalves
- Páginas 5 a 10: Beira do Cais, de Virgínio Melo [trata-se de Teobaldo Virgínio, que editará este conto em livro do mesmo nome, juntamente com "Ondê Menina, Ondê Vaidade" e "Colóquios de Aldeia" num livrinho da Colecção Imbondeiro, Publicações Imbondeiro, Sá da Bandeira, Angola, em Março de 1963. Curiosamente, é o último livro que entrou na nossa biblioteca cabo-verdiana, há três dias, apenas]
- Páginas 10 a 12: Titina, de Virgílio Pires
- Páginas 12 a 15: Noite, de Viirgílio Pires
- Páginas 15 a 23: Cantigas de Ana Procópio, de Félix Monteiro
- Página 24: Girasol [poema], de Corsino Fortes
- Página 25: Vendeta [poema], de Corsino Fortes
- Página 26: Pecado Original [poema], de Corsino Fortes
- Página 27: Meio-Dia [poema], de Corsino Fortes
- Página 28: Paixão [poema], de Corsino Fortes
- Páginas 29 e 30: Noite de S. Silvestre [poema], de Corsino Fortes
- Páginas 31 a 33: Roteiro da Rua de Lisboa. Poema n.º 4. Nocturno, de Jorge Barbosa
- Página 34: In Memoriam de Belarmino de Nhô Talef [poema], de Ovídio Martins
- Página 35: Desesperança [poema], de Ovídio Martins
- Páginas 36 e 37: Historieta [poema], de Francisco Mascarenhas
- Páginas 37 e 38: Desencontro [poema], de Virgínio Melo [Teobaldo Virgínio, como vimos]
- Páginas 38 e 39: Vinte e Quatro Horas [poema], de Virgínio Melo
- Página 39: Roteiro [poema], de Virgínio Melo
- Página 40: Agora e Eu [poema], de Virgínio Melo
- Página 41: Testamento Para o Dia Claro [poema], de Arnaldo França
- Página 42: Soneto [poema], de Arnaldo França
- Páginas 43 a 50: A Família de Aniceto Brasão, de Henrique Teixeira de Sousa
- Páginas 51 a 57: O Resgate, de Francisco Lopes
- Páginas 58 a 60: Pedacinho, de Baltasar Lopes
- Páginas 60 a 63: Egídio e Job, de Baltasar Lopes
- Páginas 64 a 69: A Originalidade Humana de Cabo Verde, de Pedro de Sousa Lobo
- Página 70: Linóleo de Rogério Leitão [mulher a pilar o milho]
- Páginas 71 e 72: Cutchidêra lá di Fora [poema em crioulo], de Jorge Pedro
- Páginas 72 a 74: Nha Tabaquêro [poema em crioulo], de Jorge Pedro
- Páginas 75 e 76: Texto português dos dois poemas de Jorge Pedro
- Página 77: Fonte de nha Sodade [poema em crioulo], de Sérgio Frusoni
- Páginas 77 e 78: Tempo Feliz [poema em crioulo], de Sérgio Frusoni
- Páginas 79 e 80: Texto português dos dois poemas de Sérgio Frusoni
- Páginas 81e 82: Texto anónimo de antecipação sobre este colóquio inserido no programa do V Centenário do Descobrimento de Cabo Verde
- Página 83: Registo. [um interessante texto anónimo]
- Página 84: Túnica [poema],de Osvaldo Alcântara [Baltasar Lops]



• Atividade literária: escritor.
Leia mais (em língua francesa) aqui.
NB: A página indicada faz parte de um "site qui est réalisé par Christophe Chazalon à partir de mai 2018".



• Associação ou club: sócio nº 265 da Casa dos Estudantes do Império, admitido, a 24 Nov 1961, em Lisboa, , Lisboa, Portugal. 1 Entre outros dados patentes na ficha, constam:

ESTADO CIVIL: Solteiro
PROFISSÃO: Estudante
TEMPO E LOCAL DE PERMANÊNCIA NO ULTRAMAR: Antes, viveu 28 anos em CV
CARGOS QUE DESEMPENHOU NA CEI: Vice-Pres AG 62/63

• Atividade política: Ministro da Justiça, antes de 1990, em Cabo Verde. De um dos Governos da 1ª República (1975-1990)

Fonte: Relação nominal dos Ministros e Secretários de Estado (1975-2008), que constitui o anexo 5 da TESE apresentada em 2012 por Crisanto Avelino Sanches de Barros, para obtenção do Título de Doutor em Ciências Políticas e Sociais.



• Condecoração: com a 1º grau da Ordem do Dragoeiro, a 6 Jul 2010. Atribuído, pelo Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Verona Rodrigues Pires, em reconhecimento para com as mulheres e os homens de Cultura que têm vindo a contribuir para o prestígio e a projecção externa do país.

Ver ao lado o recorte do Decreto Presidencial nº 21/2010, onde o nome está realçado na lista apresentada por ordem alfabética. Os nomes indicados com um ponto vermelho são de pessoas que têm uma página neste site genealógico.



• Associação ou club: membro fundador da ACL Academia Cabo-verdiana de Letras, a 23 Set 2013,. Na fila da frente, o 5º a contar da nossa esquerda.

Nota biográfica patente no site da ACL:
"Nasceu em Mindelo, São Vicente. Licenciado em Direito em Lisboa, exerceu diversas funções: Delegado do Ministério Público, Juíz de Direito, Diretor de Assuntos Judiciários e Emissário especial de Cabo Verde. No Cabo Verde independente foi Embaixador, Secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro, Secretário de Estado da Comunicação Social e Ministro da Justiça. É empresário na área dos Seguros. Da sua obra constam 3 livros de poesia: Pão & Fonema, Árvore & Tambor e Pedras de Sol e Substância, reunidos em A Cabeça Calva de Deus, Foi o primeiro Presidente da ACL."



• Homenagem/Louvor/Reconhecimento: busto, em Mindelo, (Nossa Srª da Luz) São Vicente, Cabo Verde>.



• Nota biográfica: publicada na revista Nós Genti, a 12 Ago 2016,.
Fique a conhecer melhor Corsino Fortes através deste artigo publicado na revista.



• Foi sepultado no Cemitério do Mindelo em Mindelo, (Nossa Srª da Luz) São Vicente, Cabo Verde.



• Sepultura/Campa: em Mindelo, (Nossa Srª da Luz) São Vicente, Cabo Verde.


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Corsino casou com Maria Madalena Spencer RODRIGUES ®, filha de Alfredo Mendes RODRIGUES ® e Maria da Graça SPENCER. (Maria Madalena Spencer RODRIGUES ® nasceu a 22 Jul 1934 na Cidade da Praia, Santiago, Cabo Verde,2 3 faleceu a 24 Mai 2012 em Lisboa, , Lisboa, Portugal 3 e foi sepultada a 25 Mai 2012 em Lisboa, , Lisboa, Portugal.)


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Fontes


1 UCCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (Lisboa, Portugal), página 641 do registo de fichas abrangendo o ano de admissão; Tabela 2; Transcrição exata dos ficheiros existentes na Torre do Tombo

Tabela 2 - Lisboa e Porto, com 793 fichas de associados da Sede e da Delegação do Porto; A documentação que a seguir se publica consiste no levantamento dos ficheiros de associados da Casa de Estudantes do Império (CEI) que se encontram à guarda da Torre do Tombo; A CEI instituída a 3 de Julho de 1944, teve a sua sede em Lisboa, e delegações em Coimbrai e no Porto. A razão de ser de esta documentação se encontrar na Torre do Tombo tem a ver com o facto de a sede da Casa dos Estudantes do Império e a sua delegação de Coimbra terem sido encerradas, com a invasão das suas instalações pela PIDE em setembro de 1965. Os respetivos arquivos foram apreendidos pela polícia política e armazenados em Caxias.

2 DGAE - Direcção Geral da Administração Eleitoral - Cabo Verde - (2004 e/ou 2008 e/ou 2011). NB:
- Locais de nascimento apenas constam no recenseamento de 2004
- Nomes sem data de nascimento, foram obtidos nos registos de recenseamento dos filhos

3 Testemunho de parente próximo (ou do próprio), Pedro Alfredo Rodrigues Spínola.

Esclarecimentos do administrador deste site genealógico:

1) Por falta de um contacto (ou algumas vezes por descuido), não me foi possível pedir às pessoas a devida autorização para divulgar seus dados e/ou fotos neste site. A estas pessoas apresento desde já desculpas pelos eventuais constrangimentos causados por este procedimento, que não foi por indelicadeza, mas sim e apenas com intuito académico. Assim, aos que não desejariam conceder tal autorização, peço o favor de me contactarem com instruções a respeito (endereço electrónico incluso nesta página).

2) Este site tem também o propósito de recolher dados e correcções que permitirão aperfeiçoar o trabalho de pesquisa, pois certamente há de conter imprecisões. Assim, contamos consigo, e se quiser comentar ou solicitar o retiro, acrescento ou a troca de dados, documentos ou fotografias, sinta-se livre para me contactar (e-mail a seguir). Em muitas páginas não se encontram listados todos os filhos da pessoa apresentada. Nada impede de virem a ser paulatinamente acrescentados à medida que informações fidedignas nos forem fornecidas.

3) Em genealogia, os apelidos (sobrenomes) provenientes dos maridos das senhoras casadas, são omitidos nos nomes delas. Uma das razões: não criar dificuldades nas pesquisas em registos de nascimento.

4) Os nomes seguidos de um asterisco (*) são os dos ascendentes diretos de Jorge Sousa Brito. Assim, ao navegar a partir de um nome em linha ascendente e encontrar um nome com (*), saberá que este é dum antepassado comum de JSB e do portador do nome donde partiu.

5) Fotografias originais degradadas e/ou não a cores, vão sendo, após tratamento com ajuda de programas baseados em Inteligência Artificial, paulatinamente substituídas por versões com maior nitidez, tornadas coloridas e restauradas.

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7) A todos os que quiserem colaborar na construção desta árvore, convido igualmente a enviar informações, ficheiros e fotos para:

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